20 de abr. de 2012



Consequências da reurbanização do Rio de Janeiro

   O Rio de Janeiro vai ser uma das sedes da Copa 2014 e das Olimpíadas em 2016, e já estamos sofrendo os reflexos das mudanças geográficas, devido à exigência da FIFA e do Comitê Internacional quanto à reurbanização, sendo assim, o Estado esta tendo que acelerar as obras para cumprir o acordo, deixando em destaque que ainda existem diversas outras obras a serem executadas que nem saíram do croqui.
   Em torno do projeto de desenvolvimento econômico, tem-se justificado os altos custos sociais relacionados à produção dos grandes eventos na cidade do Rio de Janeiro, sob a retórica de acabar com uma alardeada desordem urbana e com a intenção de vender ao mundo a imagem de uma cidade asséptica e sem conflitos. Existe outra intenção política e turística, de fazer da Cidade Maravilhosa, uma referência de cidade, e um exemplo de estado.
    Devido à corrida contra o tempo para o cumprimento das obras pré-estabelecidas, a sociedade brasileira está vivendo verdadeiros momentos de terror sendo atingida diretamente pelos despejos, no entanto, existe um montante que desconhece estes fatos, devido a não divulgação clara e explícita dos ocorridos, tendo a visão superficial de que as obras estão sendo executadas de formas legais, de que as famílias obrigadas a se mudarem, estão tendo amparo familiar do estado e que a segurança está sendo monitorada de forma adequada, porém, a realidade é outra, isso sendo comprovado por relatos de pessoas que foram despejadas de seus lares e não receberam o bolsa-aluguel, assim como o relato de outros familiares que foram despejados de forma violenta de suas residências com a imposição de partirem com prazo determinado, ou seja, essas famílias foram removidas sem aviso prévio ou negociação.
  Através do relato, da trabalhadora doméstica, Srta. Rita, moradora da cidade de Campo Grande-Estado Rio de Janeiro, afirma os fatos citados acima:

‘Fui obrigada a ser retirada da minha casa que morei desde quando nasci, junto com a minha mãe, e só recebemos uma bolsa-aluguel que nem deu pra pagar um aluguel de um barraco. Minha mãe morreu há dois meses porque tivemos que se mudar, pois ela tinha problemas de saúde e isso só ajudou a fazer o estado dela piorar. Isso é uma maldade que estão fazendo com a gente, muita mesmo, acho que o governo tinha que ter mais respeito com o povo antes de pensar em só aparecer pros estrangeiros!’’ declara a filha da Sr.ª Maria, falecida há dois meses, devido à imposição de ser retirada de sua antiga casa, sendo ela, moradora da residência há sessenta anos.

   A partir deste relato da Srta. Rita, temos a concepção geral que o planejamento geográfico, deve ser repensado e verdadeiramente arquitetado, para que não haja problemas como esse além é claro de aumentar o valor do bolsa-aluguel entregue às famílias despejadas, pois é complicado recomeçar uma vida que já fora construída há anos, sabendo-se que hoje em dia os aluguéis são altíssimos e a sobrevivência no país é complicada, tratando-se de uma família que mal consegue sobreviver neste país de tantos impostos. O que visivelmente vai acontecer, assim como já está acontecendo, são famílias tendo que se deslocar para barracos improvisados nas favelas, sendo esta opção, uma alternativa difícil, porém uma opção palpável.

   Em nota oficial, referente à resposta do Governo quanto aos despejos e frequentes reclamações de profissionais e moradores dos locais atingidos e invadidos, declara que estão trabalhando de forma planejada e de acordo com a lei, sem fugir dos acordos pré-estabelecidos, e sem infringir o direito de cada cidadão.  
  
                              COORDENADAS


  A associação dos moradores do RJ está recorrendo ao STF, para que a maior parte dos despejos seja revogada, de acordo com uma nota oficial emitida no site da Associação dos moradores do Estado do Rio de Janeiro.
‘’ O que está acontecendo no Rio, lamentavelmente, faz parte de um esquema recorrente de despejos forçados. Dezenas de milhares de famílias pobres estão sendo removidas para dar lugar a empreendimentos e projetos de infraestrutura privados, sem que recebam proteção adequada e moradias alternativas’’, afirmou o presidente da associação, Atila Roque.
  LORHANA AMARAL

Um comentário:

  1. É isso que está acontecendo aí no RJ?
    Apesar que estava vendo que também esta acontecendo em outros estados do Brasil né?, muito triste isso tudo, mas faz parte da nossa realidade.
    Você arrasou na matéria.
    Sempre vou acompanhar agora as matérias que produz, pois tem bastante conteúdo maneiro!

    Ass: Fernando Silva

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